quinta-feira, agosto 27, 2015


Temp(o)estade

Caiu um pingo na testa. Um pingo gelado, inesperado e muito denso. Daqueles que faz cambalear e interrompe todos os seus planos. Interrompe todas as suas graças. O céu não ajuda. Preto, carregado, pesado. Tudo contra. Era óbvio que o pingo gelado atingiria a testa uma hora, não era? É assim, respinga em tudo. Inunda e afoga. Quando a gente fica muito tempo molhado, muito tempo pressionado e obrigado a ser uma coisa que talvez a gente nem seja, pesa. Por mais leve que seja o pingo, por mais linda que seja a história e por mais amor que haja dentro do peito. Cansa ser duas pessoas, cansa não pode falar, cansa não poder levar os presentes pra casa… Cansa e mais uma vez, é pesado. Até que ponto o seu frio na barriga e as suas mãos suando aguentavam o peso? No começo é mais fácil, né?
O mundo está caindo lá fora, mesmo. Mas, e aqui dentro? Precisamos sair, nem que seja de sombrinha. Se ela for fraca e entortar os ferrinhos, a gente tira a blusa e coloca na cabeça. Não quero estragar o seu cabelo. Brilhante e cheiroso como sempre. Tava molhando mesmo assim e por isso, pode ir. Vai pra casa. Fica no seco, no certo e protegido.
Só que se der, volta. Volta quando a tempestade passar. Volta que a gente reforça os guarda-chuvas, realoca os sentimentos e resgata tudo aquilo que a tempestade tentou levar embora. Volta assim que der. Eu garanto a liberdade e por consequência, a felicidade. Eu vou atrás de uma roupa seca, limpa e que te traga paz.
Estou esperando com dois capuccinos, um naked cake de frutas vermelhas, merengue e muita saudade. Volta, assim que der.

0 comentários:

Postar um comentário

:a   :b   :c   :d   :e   :f   :g   :h   :i   :j   :k   :l   :m   :n   :o   :p   :q   :r   :s   :t