Sempre
foi assim, banhos servem para refletir, ler os rótulos dos shampoos e no
máximo, se limpar. Tirar a ‘nhaca’ de um dia inteiro e pensar sobre ele e sobre
ela (o banho e a ‘nhaca’). CUIDADO com aqueles produtos que exalam um cheiro
maravilhoso-que-da-vontade-de-comer. Eles nem sempre hidratam. Só perfumam e às
vezes, o perfume não basta. Não basta ser cheiroso e desidratado. É raso. Não
sustenta. Senso comum.
Sempre achei que uma saúde exemplar é
constituída de vários hábitos e não de um só. Quando eu digo que vou votar no
Campos, não sou bem recebida. “Precisamos tirar o PT do poder e pronto. Depois
a gente vê o que faz com o que entrar, Silvana”. Discordo. Eu preciso sonhar.
“Mas filha, tem que votar no Aécio. O Campos não tem chances de ganhar. Você
vai jogar seu voto no lixo. Acorda Silvana”. Eu,
meio-Alice-no-país-das-maravilhas-que-não-acorda-nunca, discordo outra vez.
Acredito que se todo mundo pensar assim, o mundo nunca vai mudar e o Campos ou
o Zé Idealizador do fim da intolerância nunca vão se eleger. Nem para um cargo
político, nem para mudar qualquer coisa que seja. O rebanho inteiro pode
cultivar só o perfume. E sair de lá para buscar a hidratação pode ser muito
difícil. Mas, eu não gosto dos rebanhos. Prefiro cada ovelha do seu jeito com o
respeito regendo todas. O mundo precisa de cheirosos, mas também precisa de
hidratados. Oswaldo Montenegro foi expert quando nos aconselhou: ‘Se alguém
disser pra você não dançar, que nessa festa você tá de fora, que volte pro
rebanho.. Não acredite! Grite! Sem demora’. A gente tem que saber tomar banho,
tem que buscar o enriquecimento. Do bolso, da alma, do pensamento e de
discussões fundas.
Ah, e eu não acho que o candidato Eduardo Campos seja o cara mais exemplar do mundo.
Só acho a proposta do partido interessante e nova. Mas esse não é o caso, é o
banho. Esse foi o meu. Costumo passar os meus assim: lendo os rótulos, pensando sobre as músicas, sobre a política e sobre o amor.
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